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Índios assinaram lista de reivindicações para serem apresentadas ao Sesai
Os caciques das aldeias indígenas dos Galegos (Nathan Galdino) e São Francisco (Alcides), além do representante indígena do conselho distrital (Josafá), se reuniram com moradores das respectivas reservas para tratar dos problemas provocados pela falta de água na região na manhã da última terça-feira (27).
A situação, que já é antiga, piorou há cerca de seis meses segundo os indígenas, quando dois dos quatros sistemas de abastecimento tiveram seus motores danificados e sobrecarregou as outras unidades. Desde então, tarefas diárias, como lavar roupa, deixaram de ser feitas para poupar a água para consumo, banho e cozinha.
Atualmente são quatro poços para abastecer uma população que chega a cerca de 1.500 mil e quinhentas pessoas. E com duas unidades sem funcionamento e outras duas sem muita vazão, a falta de água nas aldeias dos Galegos e Forte são constante.
Segundo o cacique de uma das aldeias, Nathan Galdino, ao longo de todo esse período que a liderança indígena vem cobrando uma atenção a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), juntamente com o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena Potiguara (Dsei), Adriano Simões Andrade, mas não tem obtido respostas satisfatórias dos setores.
Cacique e vereador pela cidade de Baía da Traição, Nathan Galdino é o líder potiguara da Aldeia Galego
Com esta situação, o cacique revelou que cerca de 1.500 índios estão sendo afetados com a falta de manutenção adequada nos sistemas de abastecimento da região. O Polo de saúde local também vem sendo afetado. Exames como o de citológico e trabalhos odontológicos são um dos principais transtornos para as comunidades.
“Tem casas que passam 30 dias sem água, chegando apenas a noite, com famílias, crianças. Isso tudo trouxe muito desabono a nós. Como cacique da aldeia, diante dessa situação, tive que tomar uma posição drástica, que não é muito do meu estilo, que foi apreender um carro da Sesai, para chamar atenção das autoridades do órgão, para que fossem tomadas as devidas providências”, relatou Nathan Galdino. O veículo foi segurado pelo potiguara no último domingo (25), e liberado nesta terça-feira (27). Em represália a esta ação, o Sesai retirou temporariamente todas as equipes de atenção básicas da saúde das respectivas comunidades, informou o cacique.
Galdino ressaltou ainda que o sistema está sobrecarregado, e não está sendo capaz de atender a demanda, em razão do aumento do número de famílias nas últimas décadas. Ele acrescentou ainda que este é um problema que está acontecendo em todas as 32 aldeias das cidades de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto.
Por conta do problema, moradores da região começaram a economizar água, armazenando-a em baldes. O abastecimento de água na reserva é feito através de poços que distribuem a água para caixas e redistribuem através do encanamento.
A reportagem do PBVale tentou entrar em contato por telefone com a assessoria do Sesai na Paraíba para obter alguma informação sobre as demandas reivindicadas, mas não obteve êxito.
Fonte: PBVALE
