terça-feira, 27 de outubro de 2015

Protesto interrompe trânsito na BR-101 em Mamanguape, no Litoral Norte

Créditos: Imagem compartilhada no WhatsApp
Créditos: Imagens compartilhadas no WhatsApp
Um protesto de indígenas interrompeu o trânsito no km 20 da BR-101, no município de Mamanguape, Litoral Norte da Paraíba na manhã desta terça-feira (27). A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou a informação. Os manifestantes utilizavam faixas e cartazes, bem como danças e gritos. O fluxo de veículos ficou prejudicado nos dois sentidos da rodovia.
De acordo com o capitão potiguara José Ciríaco, o objetivo da manifestação foi no sentido de impedir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215. Cerca de 500 pessoas participaram do movimento, segundo o indígena. “Esta é uma mobilização nacional, que também acontece simultaneamente em outros estados. Esperamos que com estas manifestações o projeto não seja aprovado no Congresso Nacional”, explicou.
A proposta retira do governo federal a autonomia para demarcar terras indígenas, de quilombolas e Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Pelo texto, caberá ao Congresso aprovar eventuais propostas de demarcação enviadas pela Fundação Nacional do Índio. Atualmente, o Ministério da Justiça edita decretos de demarcação a partir de estudos feitos pela Funai.
Foto: Genildo Avelar Cardoso

Vejam mais fotos do evento: Mobilização dos Índios Potiguara da Paraíba na BR-101, contra á pec215.


Índios Potiguara da Paraíba em Foco

Via: G1PB

domingo, 25 de outubro de 2015

Convocação de Capitão Potiguara para a Mobilização contra a pec 215



Convocação de Capitão Potiguara para a Mobilização contra a pec 215, que será realizada na BR 101, pelos Potiguara da Paraíba, na terça-feira dia 27 de outubro de 2015.

Rio Tinto/PB.



Vídeo de Lauro Padilha, Aldeia Forte, Baia da Traição/PB.





sábado, 24 de outubro de 2015

Dilma é vaiada na abertura dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

Ao ser anunciada pelo líder indígena Marcos Terena, a arena foi tomada por uma mescla de gritos



A presidente Dilma Rousseff foi vaiada durante a cerimônia de abertura dosJogos Mundiais dos Povos Indígenas, em Palmas, na noite desta sexta-feira (23/10). Ao ser anunciada pelo líder indígena Marcos Terena, a arena foi tomada por uma mescla de gritos de "Brasil" e vaias.
Na arena verde, era possível ver indígenas com cartazes contrários a PEC 215, um projeto de emenda constitucional que dificultará a demarcação de terras indígenas, passando a decisão do Ministério da Justiça para o Congresso Nacional. A PEC deveria ter sido votada em uma Comissão da Câmara nessa quinta, mas a reunião foi adiada.
Ao falar ao público, um líder indígena que estava no palco aproveitou o microfone para mandar dois recados à presidente: "Está havendo uma discussão da PEC 215 que a nossa nação não quer que seja aprovada. O outro recado é que nossos irmãos kaiowás guaranis estão sendo massacrados".
Logo depois, Terena repreendeu quem vaiou a presidente: "Aqui não é comício. O índio não tem o costume de vaiar. Aqui nós respeitamos as autoridades, por exemplo. Quando começar ano que vem, pode vaiar. Mas aqui é celebração".
Manifestação
Antes do início do evento, cerca de 70 indígenas protestaram contra a PEC 215 e contra a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. Alguns tentaram entrar no complexo dos jogos, mas foram retirados do local. A festa de abertura é fechada a convidados.
Os Jogos Mundiais Indígenas ocorrem em Tocantins até o dia 1º de novembro e reunirão mais de 2.000 atletas indígenas de 30 países. Além de etnias do Brasil e das Américas, povos da Nova Zelândia, Congo, Mongólia, Rússia e Filipinas participarão da competição, que tem esportes tradicionais e modalidades indígenas, entre elas corrida de toras, arco e flecha e arremesso de lança.

Índios Potiguara da Paraíba em Foco
Fonte: Com informações do UOL

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Os Índios Potiguara da Paraíba diz ‪#‎NÃOAPEC‬-215, movimento hoje!


Foto Lauzeane Barreto.
Atenção: DIGA NÃO AO RETROCESSO, #PEC-215NÃO.
Os Índios Potiguara da Paraíba diz ‪#‎NÃOAPEC‬-215, movimento hoje!
"O Noroeste está fechando tudo porque os Deputados disseram que nós que estamos aqui não representavam os povos indígenas sobre o não a PEC-215...
Cacique Nathan Galdino Potiguara, de Brasília"
"
Nelimei Galdino:
Povo potiguara recebi o recado agora. Estamos nos organizando pra um movimento agora, contra a PEC-215, precisamos de todos indígenas Potiguara da Paraíba. Vamos ver os nossos indígenas agora. Estamos aguardando só o comando do Cacique Geral, Sandro Gomes.

" Cacique Nathan Galdino Potiguara, de Brasília:
Somos nós e Deus, hoje. Vamos dizer que não nos vencerão tão fácil, assim. Diga ao povo que avance, avançaremos. POTIGUARA é Guerreiro potiguara é vai guerrear.
Os povos indígenas de todo o Brasil estão se mobilizando menos os Potiguara. VAMOS LÁ GENTE!!!


Índios Potiguara da Paraíba em Foco

Dia do Índio no Povo Potiguara da Paraíba - 2015










Vídeo de Romildo Araújo, Aldeia Três Rios, Marcação/PB OS POTIGUARA Povo guerreiro, os Potiguara constituem um grande exemplo de luta entre os povos indígena...


Índios Potiguara da Paraíba em Foco
via: YOUTUBE.COM

Conferência Nacional de Políticas Indigenista da Paraíba - Etapa Regiona...






Conferência Nacional de Políticas Indigenista da Paraíba - Etapa Regional ... O evento foi realizado nos dias 07,08 e 09 de outubro de 2015. Participaram da ...
YOUTUBE.COM

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Governo do Estado promove Encontro de Economia da Saúde com representantes de todo país

                                                  

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com a Associação Brasileira de Economia da Saúde (Abres), promoverá o Encontro de Economia  da Saúde no dia 6 de novembro, na Escola de Serviço Público (Espep), em João Pessoa. O objetivo é disseminar a economia da saúde como instrumento do serviço público para o desenvolvimento sócio-econômico regional e nacional, além de auxiliar no fortalecimento dos Núcleos Estaduais de Economia e divulgar a Abres.
Participarão do evento, representantes do Ministério da Saúde; do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass); os técnicos das secretarias estaduais onde há núcleos de economia da saúde (Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Tocantins e Rio Grande do Sul), além dos estados onde os núcleos serão implantados (Alagoas, Amapá, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe).
“Será um momento de aprendizagem, onde serão apresentadas experiências dos núcleos existentes e esclarecidas dúvidas; e discutidas sugestões e ideias dos técnicos que estão implantando os núcleos em seus estados”, explicou a chefe do Núcleo de Economia da Saúde da SES, Shirleyanne Brasileiro.
Segundo Shirleyanne, embora o Núcleo da Paraíba só exista há três anos, já se destaca em relação aos outros dez já implantandos no País. Em junho deste ano, na presença do governador Ricardo Coutinho, toda rede hospitalar do Estado assinou um termo de compromisso para a implantação do sistema Apurasus, cujo objetivo é promover a implantação, o acompanhamento e o controle dos custos hospitalares das unidades. O sistema está implantado em 23 dos 33 hospitais públicos estaduais.
“A população ganha na credibilidade e visibilidade da melhor aplicação do dinheiro público, além de ser um instrumento de qualidade para a gestão. No Encontro, terá discussão desde o financiamento aos custos do SUS, o que é fundamental para o bom funcionamento do nosso sistema de saúde”, falou.
Programação – De acordo com a programação, pela manhã haverá duas mesas, intituladas “O que é economia da saúde e sua importância no contexto brasileiro” e “Estratégias de disseminação da Economia da Saúde no âmbito do SUS”. À tarde, serão duas oficinas: “O Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), no contexto da Economia da Saúde” e “O Programa Nacional de Gestão de Custos e o Apura SUS no contexto da economia da saúde”.

Índios Potiguara da Paraíba em Foco
Via: Secom-PB

Deputados voltam a encerrar sessão da PEC 215 sem votar substitutivo do relator

Em meio a protestos dos índios e debates entre deputados que se opõem à proposta de ruralistas, presidente da comissão achou melhor suspender trabalhos e tentar negociar pontos de consenso ao texto



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PEC é vista como um retrocesso para os direitos dos indígenas, além de ferir dispositivo da Constituição Federal
Brasília – A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, referente à demarcação de terras indígenas, que está sendo apreciada desde o início da semana na Câmara dos Deputados com sucessivos atrasos, foi adiada mais uma vez. A matéria é objeto de sérios embates entre os parlamentares que atuam na área de defesa dos índios, direitos humanos e movimentos sociais de um lado, e a bancada ruralista, de outro. Por falta de consenso e diante do clima tenso da reunião de hoje (21), o presidente da comissão que analisa a proposta, Nilson Leitão (PSDB-MT), resolveu suspender qualquer votação do relatório até que sejam negociados entre as lideranças pontos de consenso a serem ajustados ao texto.
A decisão do presidente está relacionada à ameaça feita pelos deputados contrários à matéria de, caso virem a ver a PEC ser aprovada da forma como se encontra, recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contestando sua constitucionalidade. Como forma de evitar que nova decisão do Legislativo termine sendo resolvida pelo Judiciário, o parlamentar resolveu dar uma parada nos trabalhos e tentar a negociação – de forma a retirar o que for considerado inconstitucional no texto.
A missão, no entanto, tem tudo para ser complicada, mas foi considerada uma vitória por parte do grupo contrário à proposta, uma vez que eles tentaram obstruções para impedir a votação do relatório nesta quarta-feira.

‘Retrocesso e ilegalidade’

Considerada polêmica desde o início da tramitação, a PEC é vista como um retrocesso para os direitos dos indígenas, além de ferir dispositivo da Constituição Federal. E tida como um jogo duro a ser travado pela bancada progressista do Congresso junto aos ruralistas, que possuem grande poder na Câmara e no Senado, na atual legislatura.
Existem atualmente 228 processos sobre homologação de terras indígenas e 122 ações judiciais sobre o tema em andamento na Justiça. Além de outros 1.6611 processos pendentes, relacionados a terras quilombolas (que também são mencionados na proposta) que podem não mais resultar em áreas demarcadas. Os dados foram divulgados pelo deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) ao criticar a pressão feita pelos ruralistas na comissão.
O substitutivo apresentado pelo relator, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), determina que a prerrogativa de demarcação de terras indígenas deixe de ser do Executivo e passe a ser do Congresso Nacional. Hoje, essa demarcação é feita por meio de decreto do Ministério da Justiça, após estudo técnico elaborado pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O temor dos deputados contrários ao teor da matéria é de que, ficando pendente de decisão do Congresso, o controle sobre a demarcação dessas terras fique nas mãos da chamada bancada ruralista.
Durante a discussão, os deputados Nilto Tatto (PT-SP) e Glauber Braga (Psol-RJ) destacaram que além da possibilidade de o relatório ser contestado no STF, caso não se negocie alguma mudança no texto, a aprovação pode ser considerada um desgaste desnecessário para os ruralistas. Uma vez que, da Câmara, a PEC segue para o Senado e na outra Casa, a maior parte dos senadores já se posicionou contrária à proposta “Vai ser um tiro no pé para os representantes do agronegócio”, ressaltou Braga.

Indenizações e trocas de terras

O relatório de Serraglio também prevê a indenização em dinheiro aos proprietários ou possuidores de boa-fé, mesmo que na faixa de fronteira, das áreas inseridas em território indígena em decorrência das demarcações posteriores ao marco temporal. E, em um dos trechos tidos como mais polêmicos, estabelece que em caso de conflito fundiário, passa a ser possível a troca de áreas demarcadas, assegurada a participação de todos os entes federados no procedimento administrativo.
O texto ainda autoriza a comunidade indígena a optar por outra área que não seja a originalmente demarcada. Atualmente, as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se à sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes. Mas a proposta retira esse caráter exclusivo e estabelece algumas exceções para permitir o que é chamado no texto de “ocupações de relevante interesse público da União” – como casos de instalação e intervenção de forças militares e policiais; e instalação de redes de comunicação, logística e edificações (vedada a cobrança de tarifas de qualquer natureza), entre outros.
A PEC, além disso, reconhece como definitiva a propriedade dos remanescentes das comunidades dos quilombos que ocupavam suas terras na data da promulgação da Constituição, tornando obrigatória a emissão dos seus títulos pelo governo. E prevê que as demarcações em curso, independentemente da fase em que estiverem, devam obedecer às novas regras previstas na matéria.

Cláusula pétrea

De acordo com a deputada Erika Kokay (PT-DF), da forma como apresentada, a matéria viola claramente cláusulas pétreas da Constituição. "Fere a separação dos poderes, enquanto cláusula pétrea da nossa Constituição e fere direitos e garantias individuais. Significa um retrocesso no que este país já conquistou", afirmou.
Conforme ressaltou a deputada, a Constituição brasileira assegurou o direito às terras indígenas pelos próprios indígenas. "Os povos indígenas têm que ter direito às terras indígenas para a gente romper com esse etnocídio que existe", reclamou.
O deputado Osmar Serraglio disse que, ao contrário dos argumentos dos que se opõem à PEC, seu substitutivo não é inconstitucional e foi construído com o objetivo de dar mais segurança jurídica à questão. Segundo ele, o teor do texto não traz prejuízo para os direitos dos índios e “não importará em violação ao pacto federativo, nem à separação de poderes”.

Índios Potiguara da Paraíba em foco 
Via: REDE BRASIL ATUAL

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Assista vídeo: Briga entre família por causa de “carne de sirí” deixa um morto, em aldeia de Marcação


Suspeitos foram encaminhados para a delegacia de Rio Tinto
Suspeitos foram encaminhados para a delegacia de Rio Tinto.
A Polícia Militar da (2ª CIPM) prendeu na tarde desta segunda-feira (19), na aldeia indígena de Tramataia, em Marcação, Danúbia Cristina da Silva, 27 anos, e sua sogra, Maria José da Conceição, 51 anos, suspeitas de participarem da morte do pescador José Salustino dos Santos, de 34 anos. No crime motivado por uma ‘divisão errada’ de ‘carne de sirí’, ainda houve a participação de um terceiro suspeito, o agricultor Alexsandro, que está foragido.
O caso
José Salustino foi esfaqueado pelo Alexsandro depois de ambos chegarem de uma pescaria e se desentenderem na divisão de “carne de sirí”. A vítima era filho de criação de Maria José da Conceição, e Alexsandro filho natural.
De acordo com relatos dos vizinhos, a mãe teria falado que durante uma discussão devido à divisão de carne de siri para venda, os dois filhos dela, brigaram e um terminou esfaqueando o outro. 
Segundo o tenente da PM, Paiva Neto, a polícia foi acionada no domingo e a ocorrência só teve um desfecho parcial nesta segunda-feira. “Recebemos informações que não só o Alexsandro fez parte desta ação criminosa, mas, sua mãe, como também a sua esposa. Ela chegou a confessar na delegacia que desferiu golpes de enxada nele e, seu marido, golpes de canivete”, revelou.
José Salustino dos Santos chegou a ser socorrido para o Hospital Geral de Mamanguape. No entanto, após ser transferido para o Trauma da Capital, veio a óbito na tarde desta segunda-feira.
Após a prisão, o trio foi conduzido para a delegacia de Polícia Civil de Rio Tinto.

Índios Potiguara da Paraíba em Foco
Via: Da redação,PBVale

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

PARABÉNS AOS INDÍGENAS POTIGUARA DA PARAÍBA

"Hoje, 19 de outubro dia dos Índios Potiguara da Paraíba. Desejamos que nosso Deus Tupã possa nos abençoar sempre. Parabéns para todos(a) nós guerreiros(a) Potiguara da Paraíba. Juntos somos mais fotes".

"LUTAR SEMPRE DESISTIR NUNCA"!


Os potiguaras (termo tupi que significa “comedores de camarão”, pela junção dos termos potï, “camarão” e ‘war, “comedor” são um grupo indígena que habitava o litoral do estados do MaranhãoCearáRio Grande do Norte e Paraíba, quando os portugueses e outros povos europeus chegaram ao Brasil, no século XVI .
Foi uma das etnias tupis notáveis por ser capaz de resistir por tanto tempo utilizando um complexo sistema de alianças com ingleses e principalmente franceses comerciantes de pau-brasil. Das cinco expedições ibéricas contra os potiguaras, quatro foram rechaçadas e vencidas pelos nativos.
O etnônimo deu origem ao gentílico potiguar aos naturais do Rio Grande do Norte.

Cacique Geral dos Índios Potiguara da Paraíba, Sandro Gomes Barbosa

Condições atuais

Nos dias atuais, habitam o norte do estado brasileiro da Paraíba, junto aos limites dos municípios de Rio TintoBaía da Traição e Marcação (na Terra Indígena Potiguara, Terra Indígena Jacaré de São Domingos e Terra Indígena Potiguara de Monte-Mor) e no Ceará, nos municípios de Crateús (na Terra Indígena Monte Nebo); Monsenhor Tabosa e Tamboril (Terra Indígena Potigatapuia(Mundo Novo e Viração ou Serra das Matas)). Falam o potiguara, um idioma da família tupi-guarani. Vários descendentes da tribo dos potiguares adotaram, ao serem submetidos ao batismo cristão, o sobrenome “Camarão”, sendo o mais famoso deles o combatente Filipe Camarão (considerado um dos maiores ameríndios da história luso-americana, já que foi decisivo, a exemplo do luso-paraibano André Vidal de Negreiros, na grandiosa vitória contra a maior potência mundial do século XVII).

Distribuição

Atualmente, são o único povo indígena oficialmente reconhecido no estado da Paraíba. Sua população gira em torno de 20.282 Íindios, sendo uma das maiores do Brasil e a maior do Nordeste etnográfico – estados do PiauíCearáRio Grande do Norte, Paraíba, PernambucoAlagoasSergipe e a parte setentrional da Bahia. Estão distribuídos em 37 localidades sendo que 32 delas são consideradas aldeias, além da forte presença nas áreas urbanas dos municípios de Baía da TraiçãoMarcação e Rio Tinto. Processos migratórios também levaram contingentes significativos dos Potiguara a habitarem cidades como MamanguapeJoão PessoaRio de Janeiro e CabedeloBayeux e Santa Rita, na Paraíba, e CanguaretamaBaía Formosa e Vila Flor, no Rio Grande do Norte.

Distribuição dos grupos de língua tupi na costa brasileira no século XVI

Organização

Em termos organizativos, a distribuição do poder de decisão e de representação se dá a partir dos grupos de famílias extensas, que geralmente estão alocadas em aldeias próximas umas às outras. Cada aldeia possui um cacique ou representante que media as relações da comunidade com os órgãos oficiais (Fundação Nacional do ÍndioFundação Nacional de Saúdeprefeituras etc.) e comerciais (usinas, guias de turismo, criadores de camarão etc.) e resolve pequenos problemas da localidade. Além desses representantes locais, existe um cacique-geral, que representa o grupo em seu todo, principalmente perante os órgãos oficiais e a Justiça. Esses cargos são resultado das adaptações realizadas historicamente nas formas de representação política do grupo étnico desde o século XIX.
Neste contexto, os povoados que são considerados aldeias são aqueles que possuem um líder ou representante, geralmente chamado de cacique, não importando necessariamente a quantidade de pessoas que neles habitem.

Aldeias

As Aldeias Potiguaras São: 

Etnias indígenas mais populosas no Leste-Nordeste brasileiro
Além dessas aldeias, existe em torno de uma dezena de outros povoados que não possuem representante oficialmente reconhecido e que são representados pelo líder da aldeia mais próxima, tais como: Sarrambi, Taiepe, Bemfica, Vau, Gameleira, Engole Vivo e Mata Escura. Monte-Mor e Três Rios passaram a ser consideradas como aldeias há pouco tempo: Monte-Mor quando passou a contar com um representante, saindo da esfera da aldeia Jaraguá, já Três Rios, depois que os índios da zona urbana de Marcação retomaram uma faixa de terras ocupadas por canaviais e refundaram o antigo povoado que havia existido no local. Os índios que moram na Baía da Traição, porém, geralmente recorrem aos representantes das aldeias Forte, São Miguel e Acajutibiró pela proximidade destas com o centro da cidade, quando não, diretamente ao Posto Indígena da Fundação Nacional do Índio, localizado no Forte.
As terras indígenas ocupam um espaço de 33 757 hectares distribuídos em três áreas contíguas, nos municípios de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação. A Terra Indígena Potiguara situa-se nos três municípios anteriormente referidos e possui 21.238 ha. Foi demarcada em 1983 e homologada em 1991. A Terra Indígena Jacaré de São Domingos tem 5 032 hectares nos municípios de Marcação e Rio Tinto, cuja homologação se deu em 1993. Por fim, a Terra Indígena Potiguara de Monte-Mor, com 7 487 hectares, em Marcação e Rio Tinto, está em processo de demarcação, em razão de conflitos com as usinas de açúcar e a Companhia de Tecidos Rio Tinto.

Economia

As principais atividades econômicas desenvolvidas pelos índios são:
Durante muitas décadas, a economia da região esteve centralizada na dinâmica da Companhia de Tecidos Rio Tinto, que contratava inúmeros trabalhadores índios e não índios em suas fábricas e criava um mercado consumidor para a produção agrícola e pesqueira. Nos últimos anos, após a falência da companhia, a economia da região está baseada na exploração da cana-de-açúcar, no turismo e na criação de camarões.

Religião

Muitos potiguaras são cristãos - Católicosbatistasbetéis, fiéis da Assembléia de Deus, da Igreja Universal do Reino de DeusBrasil para Cristo, dentre outras – ou optam por práticas espirituais que veneram entidades e realizam rituais ligados a macumba, ao catimbó e à jurema.
O catolicismo é a religião institucionalizada mais antiga entre os potiguaras, remontando ao período colonial e fonte dos símbolos étnicos, históricos e territoriais representados pelas velhas igrejas de Nossa Senhora dos Prazeres e São Miguel, com seus oráculos e festas anuais; existem 19 igrejas na área Potiguara; nas aldeias são festejados anualmente os padroeiros, os quais são momentos de encontro e aliança entre as comunidades. Nos últimos anos tem crescido a atuação de missionários católicos ligados ao Movimento Carismático, o que tem modificado as feições tradicionais do catolicismo Potiguara. As chamadas igrejas evangélicas, ou de crentes, estão presentes na área desde a década de 1960,4 sendo as mais atuantes a Betel (três templos), a Batista (Gênese – um templo e Histórica – dois templos), a Assembleia de Deus (nove templos), Brasil para Cristo (um templo) e as Testemunhas de Jeová. Várias aldeias dispõem de templos para a realização dos cultos e é constante a movimentação de pastores nas terras indígenas. Os umbandistas e juremeiros são alvo de muitos estigmas, sendo acusados de feitiçaria e classificados como catimbó. Sua presença e atuação são discretas, embora existam alguns terreiros e oficiantes publicamente conhecidos residindo nas aldeias; até o ano de 2008 existiam cerca de 10 locais de tais práticas espiritualistas. Em Vila Monte-Mor há um centro espírita kardecista dirigido por um casal formado por uma índia e um não índio.
Em interação com este universo multifacetado, mas invisibilizados, existem inúmeros rezadores e rezadeiras que curam males físicos e espirituais e se vinculam às práticas mais tradicionais do catolicismo. É com discrição que a maioria dos índios menciona o contato com aqueles que consideram como os espíritos dos antepassados durante o Toré e outros. Contudo, afirmam que este tipo de contato é real e que seus antepassados ainda hoje estão presentes nas matas e furnas da região. Que os matos, mangues e as águas são habitados por entidades que lhes protegem e que os caboclos velhos tinham a faculdade de conversar com esses seres.
O tratamento com plantas medicinais e o recurso aos poderes sobrenaturais das entidades da natureza e aos antepassados fazem parte das formas de construção da etnicidade, garantindo a especificidade cultural do grupo. No entanto, nem todos os índios assumem tais práticas como legítimas devido a fatores como a conversão religiosa – em que os conceitos de saúdedoença e cura são expressos geralmente através das interpretações oficiais das igrejas.

Interação com outros povos

Para aqueles que imaginam os Potiguaras vivendo em relativo isolamento geográfico, social e cultural, a constatação da complexidade das relações nesse campo de ação indigenista é chocante: a extensão da área de ocupação tradicional é muito grande – mais de 30 000 hectares, distribuídos em três municípios; o volume da população nesse território – mais de 35 000 habitantes entre índios e não índios; a presença das áreas urbanas de Rio TintoVila Monte-MorMarcação e Baía da Traição e a dispersão da população indígena em 26 aldeias nos mostram o quanto a vida dos índios na Paraíba não é elementar.
Outros fatores tornam as ações indigenistas na região mais complicadas: a intensa proximidade entre índios e não-índios, não permitindo uma clara definição dos limites efetivos do grupo social para os “de fora”; apesar da presença antiga do órgão indigenista oficial na região (Fundação Nacional do Índio), atestando as fronteiras geográficas, étnicas e jurídicas. Contudo, a ação indigenista oficial contribui, ela mesma, para a complexificação das fronteiras étnicas na região, na medida em que a distribuição de recursos e as estratégias de controle e repressão da população criam uma instabilidade situacional que abre a possibilidade de os indivíduos transitarem entre identidades possíveis, dentro e fora dos limites da administração indigenista.
Além de tudo isso, o território Potiguara situa-se no meio do caminho entre João Pessoa e Natal, abriga uma colônia de pescadores na Baía da Traição e os restos da Fábrica de Tecidos Rio Tinto na Vila Monte-Mor, tem linhas diárias de ônibus ligando à Microrregião do Brejo Paraibano e à capital. Sem falarmos nas rotas turísticas que saem de Pipa, no Rio Grande do Norte e de João Pessoa com direção às aldeias para comprar artesanato, ou nos ônibus com banhistas, que todo fim de semana congestionam a rua principal da Baía da Traição, vindos de várias cidades do interior. Assim, não há a mínima possibilidade de pensarmos o universo social Potiguara como isolado ou com pouca comunicação com o “mundo exterior”.
Somem-se a isso as várias agências de contato que estão presentes na área: Fundação Nacional do Índio, Fundação Nacional de Saúde, prefeituras, secretarias estaduais, empresas de turismo, usinas de álcool e açúcar, Companhia de Tecidos Rio Tinto, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, Organizações Não Governamentais, universidades e escolas, igrejas e movimentos religiosos, todas atraídas pelos índios, pela riqueza do meio ambiente ou pela história da região. Essa pluralidade de atores, agências e fluxos (econômicos, culturais, de informações etc.) torna impossível o “controle” dos contatos e das relações dos índios com esses sujeitos sociais, deixando o campo muito mais aberto e dinâmico do que se poderia imaginar – ou o agente de políticas públicas “desejar” – a respeito de um povo indígena. Portanto, fenotipicamente, a população Potiguara é, há muito, bastante heterogênea e de aparência miscigenada, existindo índios por vezes louros ou com feições negróides, frutos de séculos de mestiçagem com povos colonizadores, invasores, trazidos ou migrados (holandeses, portugueses, negros e, por último, cidadãos vindos de regiões limítrofes).

Índios Potiguara da Paraíba em Foco