quarta-feira, 31 de julho de 2013

OS ÍNDIOS POTIGUARA



Os índios potiguaras (potiguar/pitiguar, na língua tupi pode ser traduzido como comedor de camarão) eram os primitivos habitantes do litoral da Paraíba na época do descobrimento do Brasil. Viviam desde o delta do Rio Paraíba até a Baía da Traição e terras para leste subindo o rio Mamanguape até a Serra do Copaoba (região dos atuais municípios de Caiçara, Belém, Serra da Raiz e Pirpirituba) e parte do vizinho estado do Rio Grande do Norte. Eram guerreiros muito ferozes que mantinham o hábito de, após as batalhas, assar e comer os inimigos capturados, o que aterrorizou sobremaneira os portugueses. Conviviam bem com franceses e holandeses que aportavam a costa paraibana porque esses mantinham apenas uma relação mercantilista. Ao contrário, odiavam os portugueses porque a produção do açúcar no nordeste (principal fonte econômica da colônia) exigia muita mão de obra escrava. Então os portugueses aprisionavam indígenas para suprir a falta de escravos. Resistiram bravamente durante mais de uma década às forças portuguesas para a fundação da cidade. Após a derrota para a aliança entre portugueses etabajaras eles foram quase exterminados por sucessivos ataques de varíola, a partir de 1597, quando, gradualmente, se retiraram para o Ceará e interior do Maranhão. Hoje, na Paraíba, existem 29 aldeias potiguaras, perfazendo acima de 20.282,00 índios (2013) distribuídos nos municípios de Baía da Traição, Marcação e Rio Tinto. Existem, ainda, grupos remanescentes no interior do Ceará.


BIBLIOGRAFIA:
BORGES, José Elias - Indígenas da Paraíba
João Pessoa.Sec.Educ.Cultura.1984

MELLO, José Octávio de Arruda - História da Paraíba: lutas e resistência
João Pessoa.A União.1994

MOONEN, Franz - Os índios potiguaras da Paraíba
João Pessoa.NUPPO/UFPB.1982





VEJA FOTOS: 




terça-feira, 30 de julho de 2013

2º Jogos Indígenas de Minas Gerais





Os 2º Jogos Indígenas de Minas Gerais realizado na Aldeia Pataxó em Carmésia, reuniu diversas Etnias Indígenas, ( Pataxó, Xakriabá, Maxacali, Krenak, Xukurú Kariri, Pankararu, Mukurim) e teve como objetivo proporcionar uma integraçao e intercabio cultural entre os diversos povos indígenas do estado de Minas Gerais.— com Filipa FernandesSheila HâgnahayWakey PataxóAmaynara PataxoFamikuã Pataxó Pataxó,Keyla ThyxayaMateus Carneiro MartinsMaria Florguerreira e Silagonçalves Gonçalves.




2º Jogos Indígenas de Minas Gerais.
Crianças fazendo apresentação das modalidades dos jogos.

fonte: chamado da terra

Marcação realiza sua primeira conferência municipal de Meio Ambiente





No último dia 26 de julho aconteceu a 1ª Conferência Municipal de Meio Ambiente da cidade de Marcação, localizada no litoral norte da Paraíba. Com o tema: "vamos cuidar de Marcação", o evento foi realizado no salão da Escola Municipal “Emília Gomes” e contou a participação de um grande número de participantes dos diversos segmentos, bem como da sociedade civil, do Poder Público, Poder Legislativo, representantes indígenas e convidados.
A Conferência foi aberta pela secretária de Administração, Jordana Farias, que esteve representando o Prefeito Adriano Barreto, que por motivos superiores não compareceu. Ela falou da importância da conferência já que o tema Resíduos Sólidos foi muito oportuno, devido os municípios terem prazo para a implantação do Plano de Gerenciamento de seus Resíduos Sólidos.

O evento que foi fruto de uma articulação do assessor especial de governo, Rodrigo Araújo, contou com a colaboração de várias secretarias municipais, entre elas: Secretaria de Educação, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Transportes e de Turismo e Eventos.

Durante toda a Conferência foi oferecido coffee break para todos os participantes e no final foram escolhidas as 4 ações prioritárias por eixo temático:
Foram eleitos 4 delegados para a 4ª Conferência Estadual, a ser realizada nos próximos dias 10 e 11 de setembro na cidade de João Pessoa.

FONTE:Da redação/PBVale
Por Felipe França




segunda-feira, 29 de julho de 2013

19/04/2013 Dia do Índio: Paraíba Potiguara

O deputado Fernando Mineiro participou nesta semana do lançamento do livro Paraíba Potiguara, de Juan Soller (fotos) e Lusival Barcellos (textos). O livro retrata a vida dos Potiguara, indígenas da língua Tupi, que habitam o litoral norte da Paraíba. Atualmente eles são a maior população indígena no nordeste etnográfico, com aproximadamente 15 mil habitantes, que vivem em 32 aldeias. 
Os Potiguara têm uma vida típica de quem mora no litoral da Paraíba e vivem num território que é patrimônio da União, cuja jurisdição é de competência da esfera federal. “Um simples aperto de mão, um aceno ou um simples gesto já demonstra como esse povo é hospitaleiro e gosta do que faz e do lugar onde vive”, relatam no livro.

Uma das principais práticas religiosas dos Potiguara é o Toré, que é um ritual sagrado realizado em diversas ocasiões de abertura e/ou fechamento de atividades. “Existem várias coreografias, com seus respectivos ritmos, para se dançar o Toré Potiguara”. No ritual também são utilizadas letras, vestimentas e pinturas próprias.



Curiosidade: Os potiguaras habitava o litoral do estados do Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, quando os portugueses e outros povos europeus chegaram ao Brasil, no século XVI. O etnônimo deu origem ao gentílico potiguar aos naturais do Rio Grande do Norte.

*Fotos: reprodução das fotos de Juan Soler, do livro Paraíba Potiguara
Fonte: Assessoria do Mandato (com informações do Wikipédia)
Tags: índio

sábado, 27 de julho de 2013

Índios Potiguaras na Paraíba

FIM DE TARDE DE SEU BENEDITO DA ALDEIA CARNEIRA,MARCAÇÃO-PB

CONVITE ESPECIAL - A todos que queiram prestigiar uma grande festa em comemoração da retomada das terras Indígenas da Aldeia Três Rios,Marcação-pb.




Queremos convidar nossos parentes indígenas Potiguara da paraíba e a todos que queiram prestigiar uma grande festa em comemoração da retomada das terras Indígenas da Aldeia Três Rios,Marcação-pb.

PRESENÇA DO CACIQUE GERAL DOS ÍNDIOS POTIGUARA-PB, PAJÉ CHICO DA ALDEIA SÃO FRANCISCO - BAÍA DA TRAIÇÃO-PB, CHEFE DOS ÍNDIOS POTIGUARA-PB IRENILDO DA ALDEIA FORTE - BAIA DA TRAIÇÃO-PB,OS CACIQUES DE TODAS AS ALDEIAS POTIGUARA-PB ACOMPANHADOS DOS PARENTES INDÍGENAS DAS SUAS RESPECTIVAS ALDEIAS.

As aldeias potiguaras são: Galego, Forte, Lagoa do Mato, Cumaru, São Francisco, Vila São Miguel, Laranjeiras, Santa Rita, Tracoeira, Bento, Silva, Borel, Acajutibiró, Jaraguá, Silva de Belém, Vila Monte-Mor, Jacaré de São Domingos, Jacaré de César, Carneira, Estiva Velha, Lagoa Grande, Grupiúna, Grupiúna de Cima, Brejinho, Tramataia, Camurupim, Caieira, Nova Brasília e Três Rios,Coquerinho,benfica e val.

PROGRAMAÇÃO:

09:00 HORAS - ABERTURA
* FALA DOS CACIQUES DA ALDEIA BEL E JOSECI.
* FALA DO CACIQUE GERAL DOS ÍNDIOS POTIGUARA-PB.
* FALA DOS CACIQUES DAS DEMAIS ALDEIAS POTIGUARA.
10:00 HORAS
* RITUAL DO TORÉ.
12:00 HORAS
* ALMOÇO.
13:00 HORAS
* RITUAL DO TORÉ.
* COCO DE RODA.
17:00 HORAS.
* ENCERRAMENTO.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Prefeitura de Marcação é contemplada com Programa Mais Cultura; escolas entregarão projetos nesta terça-feira (23)



Nove (9) escolas da rede municipal de ensino, da Prefeitura de Marcação foram contempladas com o programa ‘Mais Cultura’. Em 4 de outubro de 2007 foi lançado o Mais Cultura, programa que marca o reconhecimento da cultura como necessidade básica, direito de todos os brasileiros, tanto quanto a alimentação, a saúde, a moradia, a educação e o voto.

Para isso, com a determinação do prefeito Adriano Barreto, as Secretarias de Educação e de Cultura de Marcação já deram início as articulações e realizaram várias reuniões no sentido de repassar o teor do programa aos gestores escolar, a exemplos de diretores e agentes culturais das comunidades que serão beneficiadas.
 
Para o prefeito Adriano Barreto, é a partir desse Programa, que o Governo Federal, Estados e Municípios incorporam a cultura como vetor importante para o desenvolvimento do país, incluindo-a na Agenda Social - política estratégica de estado para reduzir a pobreza e a desigualdade social. Essa é, portanto, uma das mais importantes conquistas do Ministério da Cultura e de todos os brasileiros - um programa pautado na integração e inclusão de todos segmentos sociais, na valorização da diversidade e do diálogo com os múltiplos contextos da sociedade brasileira, disse.

“Já realizamos três reuniões com os diretores de escolas, e com os agentes de cultura para informa-los sobre o programa. Pedimos para que os diretores elaborassem um projeto individual, de acordo com a realidade de cada escola e que identificassem nessas comunidades os agentes fazedores de cultura para serem incluídos no programa. Estaremos nos reunindo com essas pessoas na biblioteca municipal nesta terça-feira 23, as 09:00 horas, para avaliarmos e em seguida cadastrarmos os projetos no sistema do MEC e MINC Ministerio da Educação e Educação e de Cultura”, revelou o secretário de cultura de Marcação, Luciano Oliveira.
 

O PROGRAMA MAIS CULTURA NAS ESCOLAS consiste em iniciativa interministerial firmada entre os Ministérios da Cultura (MINC) e da Educação (MEC), que tem por finalidade incentivar o encontro entre experiências culturais e artísticas em curso nas comunidades locais e o projeto pedagógico de escolas públicas, ativas nos Programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador em 2012.
 
O Plano de Atividade Cultural pode ser composto das mais diversas linguagens artísticas (música, audiovisual, teatro, circo, dança, artes visuais, etc.) e/ ou manifestações da cultura (tradição oral, rádio, culinária, mitologia, vestuário, internet, mímica etc.). Não há formas preestabelecidas para as atividades; a criatividade e a liberdade de construção nos processos de ensino e aprendizagem da escola estão sendo incentivadas. 
 
Da redação/Felipe França
PBVale

domingo, 21 de julho de 2013

Diário de uma Repórter: enigmática Aldeia Tramataia


A aldeia de Tramataia fica a 5km da cidade de Marcação, região habitada também por população indígena. A paisagem bucólica do lugar se completa pela presença da vegetação do mangue emoldurada pelo tranqüilo Rio Mamanguape.
Nos manguezais que circundam o litoral norte da Paraíba, dizem, tudo pode acontecer, os índios acreditam que aqui habita o Pai do Mangue – entidade mitológica – que aterroriza os pescadores.
Mas o que mais chama a atenção dos visitantes que chegam aqui em Tramataia são as formas que a natureza cria nas plantas e que muitas vezes são tão perfeitas que podem até assustar.
Os nativos acreditam que aqui é um santuário biodiverso, onde a fauna e a flora devem ser respeitadas. Os habitantes mantêm relação estreita com a natureza. O índio Sérgio da Silva é quem costuma sair por aqui procurando galhos, cipós e raízes com formas inusitadas de animais. Ele dá uns retoques nessas plantas para que fiquem mais fiéis à fisionomia dos bichos. Os turistas já descobriram o lugar e vem aqui no verão conhecer o santuário ecológico.
São cobras, pássaros, cavalos, uma verdadeira fauna, que ficam aqui expostos no terreno de um estabelecimento local: O Natureza’s Bar.
Tramataia vem do tupi e significa erva que cura e é o nome de uma planta medicinal usada para combater o inchaço provocado pelo contato com as cascas dos crustáceos e moluscos do mangue.
O lugar é tão bonito que já inspirou até os poetas que por aqui passaram: como está registrado no poema abaixo do pernambucano Joaquim Cardozo (1897-1978).
O trecho mostrado aqui foi extraído do primeiro livro seu primeiro livro Poemas, publicado em 1947.
RECORDAÇÕES DE TRAMATAIA (1934)
I
Eu vi nascer as luas fictícias
Que fazem surgir no espaço a curva das marés
Garças brancas voavam sobre os altos mangues
De Tramataia.
Bandos de jandaias passavam sobre os coqueiros
[ doidos
De Tramataia.
E havia um desejo de gente na casa de farinha e
[ nos mocambos vazios
De Tramataia.
Todavia! Todavia!
Eu gostava de olhar as nuvens grandes, brancas e
[ sólidas,
Eu tinha o encanto esportivo de nadar e de
[ dormir.

Diário de uma Repórter: Retorno a terra dos Potiguaras


As aldeias antes sem nenhuma demarcação territorial agora – algumas delas – estão guardadas por uma porteira, vigiada 24h por dia.
Para os líderes a medida foi tomada para assegurar a tranqüilidade do lugar.
Tivemos uma visão diferente de Baía da Traição – o de fora – pegamos um barco velho de um dos pescadores para filmar a primeira visão que os europeus tiveram da terra indígena. Foi mesmo uma aventura. A embarcação aberta nos deixava meio desprotegidos, tínhamos que nos segurar para não cair. Mas foi igualmente incrível. Que bela região. Tão nativa ainda, tão intocada em alguns pontos. A visão do velho farol arranca exclamações.
Fomos conhecer a aldeia de Marcação. Muito mais urbanizada, mais próxima da cidade propriamente dita. As casas são de barro, mas tem televisão, som, DVD e até computador. Uma das professoras tenta apresentar o mundo digital para as crianças. Descobrimos que a comunidade indígena brasileira está muito mais informatizada do que imaginávamos – tem comunidades no Orkut com mais de 10.000 associados, e muito legal – tem um site com notícias escritas pelos próprios índios, sobre os índios é claro.
Os Potiguaras também estão reaprendendo a falar o tupi, que deixaram para trás há mais de 300 anos – percebi que esse processo vai ser bem lento diante das fronteiras tão frágeis.
Fronteira, aliás, é um assunto bem delicado. Os índios ainda se preocupam com a perda de terras para usinas, para empresas, para a sociedade. Reclamam que perderam milhares de hectares. O reflexo disso no comportamento é evidente – são sisudos – a maioria – e se irritam quando intitulamos um objeto musical, por exemplo, com um nome errado.
Mas as crianças são tão espertas – tem uma curiosidade evidente – são falantes, espevitadas, tem uma energia…
É perceptível que há falta de boas políticas de agricultura, pesca, e de atividades de auto-sustento. Os incentivos para educação também estão longe de ser ideais.
Mas a principal luta dos indígenas parece ser a de conseguir repassar para as novas gerações o costume e a cultura dos antepassados.

Diário de uma Foca: Viagem a Baía da Traição


Uma história que começa na Baía da Traição do século dezesseis. Rituais com narrativas seculares para contar. Repetidas ao longo dos anos, passadas de geração em geração. Única reserva indígena oficialmente reconhecida da Paraíba, os Potiguaras ainda conservam sua identidade.
O Toré até hoje resgata um pouco das raízes, em verso ou em prosa, em português ou no idioma oficial, o tupi-guarani. A dança é encenada desde os tempos primitivos. Os índios com vestimentas e instrumentos típicos hipnotizam os espectadores.
A população indígena Potiguar hoje é de cerca de 14 mil habitantes, espalhados em 26 aldeias e nas áreas urbanas de Baía da Traição, Rio Tinto e Marcação. Uma das maiores fontes de renda dos Potiguaras é o artesanato. A arte é produzida a partir da palha, ossos, sementes e coco. Colares, pulseiras, brincos e a indumentária indígena atraem turistas que vem até da Europa apreciar o trabalho.
Os visitantes também vêm em busca das belas paisagens que ficam em território potiguar. Não é qualquer que tem do quintal uma visão como essa. E que dá acesso a espetacular Praia de Tambá. Foi do alto dessas falésias em meados de 1500, onde os índios assistiram a invasão dos europeus, que vieram buscar as riquezas da terra habitada pelos indígenas. Até hoje as tribos reverenciam um guerreiro conhecido como Pedro Poti, que dedicou grande parte da vida a ser o guardião da aldeia Potiguar.
No princípio o lugar era chamado de Acajutibiró, que em tupi significa “sítio de caju”. O surgimento do nome Baía da Traição é cercado de controvérsias. Mas a versão mais aceita pelos historiadores é a de que o nome Traição se refira a primeira expedição em 1501 comandada pelo famoso Américo Vespúcio – quando três marinheiros portugueses teriam sido mortos e devorados pelos nativos.
Estar nesse lugar de areias brancas, vento forte e mar traiçoeiro é uma viajem na imaginação, noutro tempo… Onde se pode brincar de inventar gente que não existe mais, que sonhou, lutou, viveu e morreu aqui. Na região onde a história se trai, certeiro mesmo é só o horizonte, lá longe, onde das falésias é quase possível ver a chegada das caravelas descendo o Oceano Atlântico.

Vários índios potiguaras estão inscritos no programa do Artesanato Paraibano

Artesanato Indígena-pb

 Vários índios potiguaras estão inscritos no programa do Artesanato Paraibano, um espaço importante para a venda de suas peças de artesanato, o que aumenta a renda das famílias e ajuda a divulgar a cultura do povo potiguar. A indígena Maria da Glória dos Santos, da Aldeia São Francisco, faz desde criança colar, pulseira e vários outros objetos artesanais, tudo com produtos colhidos na natureza: sementes, palhas, fibras, dentre outros. “No dia de hoje a gente também faz uma boa venda”, comentou.
A índia Maira de Fátima dos Santos também trabalha com artesanato desde menina. “O programa do Artesanato Paraibano é uma forma de ajudar a gente, tem melhorado nossa renda”, afirmou.



FONTE: Secom

Especial realça questão indígena

Para os especialistas ouvidos, a reportagem sobre índios no Nordeste valoriza a luta desses povos

Fortaleza. O Diário do Nordeste publicou ontem o segundo caderno da trilogia "Excluídos", que trata de três grupos de brasileiros que lutam para exercer a sua cidadania. Com foco nos indígenas, o caderno tratou das injustiças históricas sofridas pelos primeiros habitantes das terras brasileiras.

Os Potiguara de Baía da Traição, na Paraíba, foram alguns dos grupos indígenas ouvidos na segunda parte da trilogia "Excluídos", publicada ontem. O próximo caderno, sobre os ciganos, sai na sexta-feira, 14 de junho Foto: Eduardo Queiroz

Sobre o caderno, Sérgio Brissac, que é doutor em Antropologia e perito do Ministério Publico Federal (MPF), afirma: "por acompanhar as questões relativas a direitos indígenas no Ceará, enquanto antropólogo perito do MPF, percebo como é importante para esses povos que cresça na população cearense o conhecimento, a sensibilidade e a solidariedade em relação a eles; reconhecer a valiosa contribuição deles na nossa construção identitária; e reconhecer que nossa dívida para com essas etnias é imensa. Nesse sentido, a matéria de Iracema Sales, Fernando Maia, Maristela Crispim e Melquíades Júnior oferece uma contribuição significativa".

Maria Amélia Leite, coordenadora da organização não-governamental (ONG) Missão Tremembé, indigenista que há mais de 40 anos luta pelos direitos dos índios do Ceará, destaca: "essa matéria reforça a luta dos índios, que já é tão cheia de resistências. Eu agradeço ao Diário do Nordeste e, em especial, à equipe que trabalhou nesse material tão rica e relevante".

"Consideramos o material de extrema importância, pois valoriza e dá visibilidade a várias questões que envolvem esses povos na região, ainda mais numa época de violentos ataques aos indígenas brasileiros", afirmou Cleber Buzzato, secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

Fac-símile da capa do especial sobre os indígenas que tratou das injustiças historicamente cometidas contra os primeiros habitantes destas terras

Lutas recentes
Filósofo e historiador, Saulo Feitosa é especialista em Bioética, conselheiro Cimi e acompanha de perto as lutas dos povos indígenas pela recuperação étnica, territorial e cultural. Para ele, esses povos já enfrentam uma segunda ofensiva no atual governo. A primeira foi a Portaria Nº 302, da Advocacia-Geral da União (AGU), que autoriza o governo a contratar a implantação de rodovias, hidrelétricas, linhas de transmissão de energia em terras já demarcadas, por conta das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A segunda é o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) Nº 215, que propõe transferir da Funai para o Congresso a atribuição de demarcar terras indígenas, "o que poderia revogar todas as conquistas desses povos".

A nossa história é reveladora dos sofrimentos das populações indígenas brasileiras. Recentemente redescoberto, no Museu do Índio, o Relatório Figueiredo mostra, em mais de 7 mil páginas, assassinatos em massa, torturas, escravidão, abuso sexual e negligência contra os primeiros habitantes destas terras. Encomendado pelo Ministério do Interior, em 1967, ele revelou atrocidades cometidas entre1947 e 1988, inclusive pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), e resultou na criação da Fundação Nacional do Índio (Funai).

A relação entre Estado e povos indígenas brasileiros sempre foi pontuada pela ambiguidade. Primeiro, veio a colonização. Em 1910, foi criado o SPI, e, em 1970, a Funai, ambos para "proteger". A Constituição de 1988 representou uma grande vitória na luta dos indígenas, uma vez que, até então, a política era "integrar". Mas não tem sido fácil. Foram muitas lutas para terem vez e voz, deixarem de ser invisíveis e avançarem nas conquistas sociais. No campo simbólico, ainda temos muito o que aprender com esses povos e, em primeiro lugar, vem o respeito.

Neste momento, o Governo Federal declara que a Funai não deve ser o único órgão responsável pela demarcação de terras indígenas e sugere a inclusão no processo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre outros setores. O Cimi, por sua vez, acredita que essa é uma tentativa de enfraquecer o Órgão. A reação dos índios veio em forma de protestos.



fonte: diário do nordeste
MARISTELA CRISPIM
EDITORA DE REPORTAGEM
 

FÓRUM DE CULTURA INDÍGENA EM BRASILIA-DF



Neste domingo finalmente começa o Fórum Nacional das Culturas Indígenas. Discutiremos o Plano Setorial para as Culturas Indígenas, que integra o Plano Nacional de Cultura, teremos a oportunidade de definir prioridades para orientar as ações do Ministério da Cultura nos próximos anos. Também serão eleitos os membros do Colegiado Setorial das Culturas Indígenas que é vinculado ao Conselho Nacional de Política Cultural/CNPC. Também escolheremos a liderança indígena que terá assento no CNPC pelos próximos dois anos. Espero que seja um debate com muito protagonismo indígena e que a questão das culturas indígenas se fortaleça enquanto parte da agenda das organizações indígenas em todo o Brasil. É muito importante para que as organizações indígenas em todo o Brasil se mobilizem para participar da III Conferência Nacional de Cultura e suas etapas municipais e estaduais.

PARABÉNS PARENTES E AMIGOS INDÍGENAS POTIGUARA-PB E DEMAIS QUE VISITAM NOSSO BLOG.



Especial Dia do Amigo, tudo para comemorar e homenagear o dia da amizade com abraços,mensagens e muito carinho. 
Dia 20 de julho é o dia internacional da amizade (dia do amigo). Por convenção, determinou-se um dia para festejar a amizade, mas Todo Dia é Dia do Amigo, então, se você tem um grande amigo ou uma pessoa que você ama muito, esta é uma grande oportunidade de dar um grande abraço e dizer meu amigo!

FELIZ DIA DO AMIGO....É O QUE DESEJA NÓS QUE FAZEMOS O BLOG 
ÍNDIOS POTIGUARA PARAÍBA EM FOCO

sábado, 20 de julho de 2013

Brasil tem quase 900 mil índios de 305 etnias e 274 idiomas

ÍNDIOS POTIGUARA,PARAÍBA,BRASIL
ÍNDIOS BRASILEIROS













O maior contingente está na região Norte (342,8 mil indígenas), e o menor, no Sul (78,8 mil)

O Brasil tem 896,9 mil indígenas em todo o território nacional, somando a população residente tanto em terras indígenas (63,8%) quanto em cidades (36,2%), de acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Do total, 817,9 mil se autodeclararam índios no quesito cor ou raça e 78,9 mil, embora se declarassem de outra cor ou raça, principalmente parda (67,5%), se consideram indígenas pelas tradições e costumes.
Entre as regiões, o maior contingente está na região Norte (342,8 mil indígenas), e o menor, no Sul (78,8 mil). Considerando a população indígena residente fora das terras indígenas, a maior concentração está no Nordeste, 126,6 mil.
Reprodução/IBGE
Censo indígena 2010Segundo o Censo 2010, o País tem 505 terras indígenas, que representam 12,5% do território brasileiro (106,7 milhões de hectares), onde residem 517,4 mil indígenas (57,7%), dos quais 251,9 mil (48,7%) estão na região Norte. Apenas seis terras têm mais de 10 mil indígenas; 107 têm entre mais de 1 mil e 10 mil; 291 têm entre mais de cem e 1 mil, e em 83 residem até cem indígenas. A terra com maior população indígena é Yanomami, no Amazonas e em Roraima, com 25,7 mil indígenas.
Foi observado equilíbrio entre os sexos para o total de indígenas. Para cada 100,5 homens, há 100 mulheres. Há mais mulheres nas áreas urbanas e mais homens, nas rurais. Percebe-se, porém, um declínio no predomínio masculino nas áreas rurais entre 1991 e 2010, especialmente no Sudeste (de 117,5 para 106,9), Norte (de 113,2 para 108,1) e Centro-Oeste (de 107,4 para 103,4).
Há mais jovens índios do que idosos, fato que reflete a alta taxa de fecundidade e mortalidade entre indígenas, principalmente na área rural. Entre 2000 e 2010, a proporção de indígenas entre 0 a 14 anos de idade passou de 32,6% para 36,2%, enquanto o grupo etário de 15 a 64 anos de idade foi de 61,6% para 58,2%. Em 2010, metade da população indígena tinha até 22,1 anos de idade. Nas terras indígenas, o índice foi de 17,4 anos e, fora delas, 29,2 anos.

Etnia
O Censo 2010 investigou pela primeira vez o número de etnias indígenas, encontrando 305 etnias: 250 dentro das terras indígenas, 300 fora delas. Do total de indígenas declarados ou considerados, 672,5 mil (75%) declararam o nome da etnia, 147,2 mil (16,4%) não sabiam e 53,8 mil (6%) não declararam. A maior etnia é a Tikúna, com 6,8% da população indígena. 
Também foram identificadas 274 línguas, sendo a Tikúna a mais falada (34,1 mil pessoas). Dos 786,7 mil indígenas de 5 anos ou mais, 37,4% falam uma língua indígena e 76,9% falam português. 

Analfabetismo
Mesmo com alta na taxa de alfabetização, a população indígena ainda tem nível educacional mais baixo que o da população não indígena, especialmente na área rural. Entre 2000 e 2010, a taxa de alfabetização dos indígenas com 15 anos ou mais de idade passou de 73,9% para 76,7%, aumento semelhante ao dos não indígenas de 87,1% para 90,4%. Na área rural, a taxa de analfabetismo chegou a 33,4%, sendo 30,4% para os homens e 36,5% para as mulheres. Já nas terras indígenas, 67,7% dos indígenas de 15 anos ou mais de idade são alfabetizados. Para os indígenas residentes fora das terras, a taxa de alfabetização é de 85,5%.

Certidão de nascimento
A proporção de indígenas com registro de nascimento (67,8%) é menor que a de não indígenas (98,4%). As crianças indígenas residentes nas áreas urbanas têm proporções de registro em cartório (90,6%) mais próximas às dos não indígenas (98,5%). Entre as crianças residentes na área rural, cuja quantidade é 3,5 vezes maior do que na área urbana, a proporção de registrados é de 61,6%.

Domicílios indígenas
Segundo o Censo 2010, 63,3% dos domicílios indígenas têm unidades domésticas nucleares, ou seja, cada casa tem uma família formada por um casal e seus filhos solteiros. Quando o as unidades domésticas incluem outros parentes, o percentual cai para 19,1%. Já quando os parentes não moram juntos, a proporção é de 2,5%. A maior responsabilidade pelos domicílios indígenas é masculina, em 82% dos casos. Entre não indígenas, a prevalência da responsabilidade masculina fica em torno de 58%.
Somente 12,6% dos domicílios são do tipo “oca ou maloca”, enquanto, no restante, predominava o tipo “casa”. Mesmo nas terras indígenas, ocas e malocas não são muito comuns: em apenas 2,9% das terras, todos os domicílios são desse tipo e, em 58,7% das terras, elas não foram observadas.
De acordo com o Censo 2010, 36,1% dos domicílios indígenas não têm banheiro. Nas áreas rurais, 31,2% das casas tinha um ou mais banheiros e 68,8% eram sem banheiro; 65,7% têm fossa rudimentar como sistema de esgoto. Em todo o País, 60,3% dos domicílios indígenas contam com rede geral de abastecimento de água, contra 82,9% dos não indígenas. No Norte, só 27,3% tinham rede geral. 

Essas e outras informações podem ser vistas na publicação.


Fonte:
BGE,FUNAI E MINISTÉRIO DA JUSTIÇA.