Tribo do Mato Grosso do Sul luta por
demarcação de terras. Participaram cerca de 80 indígenas, segundo organização.
Cerca de 80 índios da Aldeia de Baía da
Traição, Litoral Norte da Paraíba, participaram de uma manifestação, no Centro
de João Pessoa, na tarde desta sexta-feira (9) em solidariedade aos índios
Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, que lutam pela demarcação de terras.
Os índios da comunidade Guarani-Kaiowá, Pyelito Kue, ocuparam a fazenda
Cambará em novembro do ano passado, três meses depois de terem o acampamento
onde moravam destruído em um ataque no dia 23 de agosto de 2011 e agora lutam
na justiça para permanecer.
Eles chegaram a anunciar "morte coletiva" caso tivessem que
deixar o local, que pertence a uma fazenda. Conforme o Conselho Indigenista
Missionário (Cimi), o termo não indica suicídio coletivo, mas que os
Guarani-Kaiowá vão resistir à desocupação até a morte se for preciso.
“São cerca de 170 pessoas vivendo em situação muito complicada, de
violência. Por isso, esse movimento foi organizado pela sociedade civil, nas
redes sociais, e acontece em todo o país”, afirmou o professor da Universidade
Federal da Paraíba Estevão Palitot, um dos organizadores do movimento.
Para o índio potiguara Josualdo Silva, a situação enfrentada pela tribo
na Paraíba é semelhante. “A situação do índio hoje é igual em qualquer parte do
país. Aqui no estado, por exemplo, somos vítimas de massacre, toda sorte de
violência. Nós queremos que o governo faça a demarcação do lado sul de Barra de
Gramame, de onde fomos expulsos”, disse.
Protesto passou por diversas ruas do Centro da cidade e teve
início na frente do palácio do governo (Foto: Jorge Machado/G1)
Além disso, eles lutam pela derrubada da Projeto de Emenda
Constitucional 215/00 (PEC 215/00). "Caso essa PEC seja aprovada, o Poder
Executivo não vai mais poder demarcar as terras indígenas. A responsabilidade
fica nas mãos do Congresso Nacional. Isso é muito prejudicial para os povos
indígenas, porque sabemos que o Congresso Nacional tem muitos interesses, e
também atende a muitos deles", explicou Estevão Palitot.
Agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob) foram
acionados para disciplinar o trânsito. Mesmo assim, foram registrados alguns
pontos de lentidão. Em passeata, os índios se dirigiram até a Praça João
Pessoa, conhecida como a Praça dos Três Poderes, onde após um discurso,
encerraram o movimento.
De acordo com os organizadores do movimento, a participação de indígenas
foi menor por causa do sepultamento de um dos caciques mais antigos da tribo
Tabajara, que aconteceu na tarde desta sexta-feira.
G1PB
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