sábado, 10 de novembro de 2012

Manifestação pacífica: Potiguaras da Baía da Traição se solidarizam com situação de Guarani-Kaiowá







Tribo do Mato Grosso do Sul luta por demarcação de terras. Participaram cerca de 80 indígenas, segundo organização.


Cerca de 80 índios da Aldeia de Baía da Traição, Litoral Norte da Paraíba, participaram de uma manifestação, no Centro de João Pessoa, na tarde desta sexta-feira (9) em solidariedade aos índios Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, que lutam pela demarcação de terras.

Os índios da comunidade Guarani-Kaiowá, Pyelito Kue, ocuparam a fazenda Cambará em novembro do ano passado, três meses depois de terem o acampamento onde moravam destruído em um ataque no dia 23 de agosto de 2011 e agora lutam na justiça para permanecer.



Eles chegaram a anunciar "morte coletiva" caso tivessem que deixar o local, que pertence a uma fazenda. Conforme o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o termo não indica suicídio coletivo, mas que os Guarani-Kaiowá vão resistir à desocupação até a morte se for preciso.

“São cerca de 170 pessoas vivendo em situação muito complicada, de violência. Por isso, esse movimento foi organizado pela sociedade civil, nas redes sociais, e acontece em todo o país”, afirmou o professor da Universidade Federal da Paraíba Estevão Palitot, um dos organizadores do movimento.

Para o índio potiguara Josualdo Silva, a situação enfrentada pela tribo na Paraíba é semelhante. “A situação do índio hoje é igual em qualquer parte do país. Aqui no estado, por exemplo, somos vítimas de massacre, toda sorte de violência. Nós queremos que o governo faça a demarcação do lado sul de Barra de Gramame, de onde fomos expulsos”, disse.


 Protesto passou por diversas ruas do Centro da cidade e teve início na frente do palácio do governo (Foto: Jorge Machado/G1)

Além disso, eles lutam pela derrubada da Projeto de Emenda Constitucional 215/00 (PEC 215/00). "Caso essa PEC seja aprovada, o Poder Executivo não vai mais poder demarcar as terras indígenas. A responsabilidade fica nas mãos do Congresso Nacional. Isso é muito prejudicial para os povos indígenas, porque sabemos que o Congresso Nacional tem muitos interesses, e também atende a muitos deles", explicou Estevão Palitot.

Agentes da Secretaria de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob) foram acionados para disciplinar o trânsito. Mesmo assim, foram registrados alguns pontos de lentidão. Em passeata, os índios se dirigiram até a Praça João Pessoa, conhecida como a Praça dos Três Poderes, onde após um discurso, encerraram o movimento.

De acordo com os organizadores do movimento, a participação de indígenas foi menor por causa do sepultamento de um dos caciques mais antigos da tribo Tabajara, que aconteceu na tarde desta sexta-feira.

G1PB

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário após a aprovação será postado,obrigado!