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PROTESTO EM BRASÍLIA Cinco mil cruzes lembram indígenas assassinados





Situação que motivou o protesto envolve de mortes a
ameaças em virtude da disputa pela posse de terras

Organizações representativas de várias etnias indígenas e entidades de defesa desses povos espalharam nesta sexta-feira (19), 5 mil cruzes no gramado da Esplanada dos Ministérios, para protestar contra a violência fundiária e chamar a atenção das autoridades em relação ao drama de uma aldeia Guarani-Kaiowá, ameaçada de despejo por decisão judicial da área que ocupa na Fazenda Cambará, às margens do Rio Hovy, no município de Naviraí, Mato Grosso do Sul.

A FUNAI-Fundação Nacional do Índio recorreu da decisão e deixou equipes de prontidão no local para evitar confrontos. Os índios, segundo os organizadores do movimento, decidiram resistir à ordem de desocupação e ameaçam, como último recurso, partir para o suicídio coletivo, uma tática usada no passado.

A ameaça dos índios foi comunicada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que determinou providências urgentes à FUNAI. Nesta sexta-feira, uma comitiva, comandada pelo líder do PV na Câmara, deputado Sarney Filho (MA), levou o caso também ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ayres Britto.

Dados do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), entidade vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), indicam que, entre 2003 e 2011, foram assassinados 503 índios no País, vítimas de violência fundiária. Desse total, 279 são do povo Guarani-Kaiowá, que há mais de 50 anos teve suas terras invadidas no Mato Grosso do Sul por projetos de colonização agrícola e, desde então, vive em conflito pela homologação e demarcação de suas reservas.

Há um ano, um grupo de 170 índios está acampado às margens do rio Hovy, em terras que eles alegam pertencer à etnia. Mas, no início deste mês, a Justiça Federal de Naviraí, onde se localiza a Fazenda Cambará, concedeu liminar determinando a desocupação da área. Os indígenas divulgaram uma carta, na qual pedem ao Governo e à Justiça Federal que evitem a decretação da ordem de despejo.

Desde então os indígenas passaram a discutir o suicídio como protesto, segundo alertou Sarney Filho. "Expliquei a gravidade do assunto e das sucessivas agressões aos Guarani-Kaiowá, que os levaram a fazer do suicídio uma prática comum entre eles e que agora 170 pessoas ameaçam tirar a própria vida", enfatizou o parlamentar.

“Estamos fazendo esse ato para dizer que muitas lideranças já foram mortas, derramaram sangue pelas suas terras, mas não queremos mais isso. Já decidimos coletivamente, não vamos sair das terras porque nós não temos para onde ir”, disse o líder indígena Eliseu Lopes.

“Precisamos que o Estado tome as iniciativas adequadas que são de direito e dever do Estado brasileiro para a proteção física das pessoas, dos indivíduos Guarani-Kaiowá e, especialmente, tome as iniciativas estruturantes no sentido de implementar suas terras tradicionais e assim, superar os conflitos naquela região”, explicou o secretário do CIMI, Cleber Buzatto.

De acordo com o CIMI, estudos históricos comprovam que a etnia Guarani-Kaiowá viveu na região do Mato Grosso do Sul até a década de 1920, quando foram expulsos por fazendeiros. Nos anos 2000, em caravana, as famílias retornaram ao local.

Em nota, a FUNAI informou que adotou todas as medidas legais para reverter a decisão judicial e que não há data definida para cumprimento da liminar. Disse que o risco de suicídio coletivo não é confirmado pelos índios que ocupam a fazenda e que mantém uma equipe acompanhando a situação no local, sob supervisão da Coordenação Regional do órgão em Ponta Porã. O recurso da FUNAI para derrubar a liminar foi interposto no Tribunal Regional da 3.ª Região, em São Paulo.



fonte:(edição de conteúdo publicado em www.estadao.com.br e www.opovo.com.br)
(foto: Wilson Dias / ABR)

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