“Caso parecido aconteceu na mesma semana; mãe que perdeu o filho depois de 16 horas de espera por cirurgia está em depressão, diz tia”.
Uma mulher deu à luz um bebê morto após esperar o parto por quase 16h no Hospital Geral de Mamanguape, no litoral norte do Estado. De acordo com os parentes, na segunda-feira (6), Maria Jamilene da Silva que já estava com nove meses de gestação foi internada no hospital por volta das 23h em trabalho de parto, mas apenas na terça-feira (7) as 15h que o procedimento foi realizado. O caso não foi o único e, na mesma semana, uma outra mãe chegou a perder seu filho após horas de espera. As famílias de ambos os casos procuram a rádio Correio do Vale para denunciar o atendimento e os serviços prestados pelo HGM que atualmente é gerenciado pelo Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional (IPCEP).
Maria do Livramento, tia de Jamilene, disse que sua sobrinha rompeu a bolsa as 23h na segunda-feira e só foi feito a cesárea às 15h do dia seguinte. “Quando cheguei na terça-feira de manhã eu pedi, doutor faça cesária nessa menina que ela não tem condições de ter esse filho normal. Ele disse: – o médico daqui sou eu. A menina mexia tanto na barriga dela, que eu acho que ela estava pedindo socorro”, relatou a tia da paciente Maria Jamilene da Silva (Aldeia São Francisco) Baía da Traição.
“Minha sobrinha não tinha nenhum problema. Ela não bebe, não fuma. A gravidez dela teve todo o acompanhamento necessário. Isso chocou toda a população de Baía da Traição, por que a menina não tinha nenhum problema e de repente a filha morreu. Ela está em depressão porque era o primeiro filho dela. Não está comendo, não está dormindo, a gente está preocupada com ela. Eu quero justiça”, relatou angustiada pela perda do bebezinho.
Mais um caso
Na sexta-feira da mesma semana, a dona de casa, Rosa Maria de Morais Olavo, (Olho D´agua) de Capim, deu entrada no HGM também sentindo as primeiras contrações. Segundo informou sua irmã no programa rádio Reporter da Correio do Vale, sua irmã teve que esperar cerca de 18 horas, desde a hora que chegou na recepção da unidade até a sala de partos.
“Sexta-feira às 21h, ela fez a ficha com todos os procedimentos, o médico fez o exame de toque, escutou o coração da criança que estava batendo, e quando saiu da sala ele falou que estava com cinco centímetros, internou ela, deu uma injeção nela e dois comprimidos. Um ela engoliu e outro colocou em baixo da língua. Ela passou a noite toda, não apareceu nenhuma enfermeira, começou a sangrar às três horas da manhã, foi quando a enfermeira apareceu e falou que era normal. O médico veio aparecer na troca de plantão, umas sete e meia. Fez novamente o exame de toque e escutou o coração. Tava normal e falou que tinha aumentado dois centímetros”, relatou a irmã da grávida, Ana Maria Olavo.
Segundo Ana Maria, sua irmã teve um último exame de toque por volta do meio-dia do sábado, foi quando ela sentiu que a criança não estava mais mexendo. “O médico voltou era três horas da tarde, ele levou ela para a sala de parto. Ela falou que quando o bebê nasceu ele enrolou no pano e colocou em cima dela. Ele já estava todo roxo. Quando o medico viu que o bebe não tinha chorado foi fazer os primeiros socorros. Aí ele falou que o bebe tinha nascido morto, que ela estava com pouco líquido e que a bolsa tinha estourado e que uma criança não sobrevivia sem líquido”, relatou emocionada.
A ouvidoria do hospital informou que já foi aberto sindicância para apurar as denúncias e dentro de 20 (vinte) dias trará uma conclusão sobre os casos denunciados.
Vla: Funai
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